Grávidas e Lactantes podem ser vacinadas?

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Nas mulheres grávidas e puérperas, existem alterações imunológicas e fisiológicas que as predispõem a maior susceptibilidade às infecções e adoecerem, e também aumenta a chance de complicações (ROBINSON DP; KLEIN SL, 2012). Nas gestantes, deve-se ressaltar que os riscos de uma infecção afetam não apenas a saúde da própria mulher, mas também pode colocar em risco a saúde do bebê – atrasos no crescimento intrauterino, malformações, manifestações infecciosas neonatais e tardias, parto prematuro e até mesmo a morte. Dessa forma, entende-se que é essencial a imunização das gestantes; sobretudo pelo seu caráter preventivo e pela promoção da saúde de forma geral (LEAL MC, ESTEVES-PEREIRA P, VIELLAS EF et al, 2020), uma vez que as imunizações pelas vacinas, são, em sua grande maioria, semelhantes aos das mulheres fora do ciclo grávido-puerperal (BISCHOFF AL, FOLSGAARD NV, CARSON CG et al, 2013).

Tendo em vista os benefícios das vacinações, é importante a conscientização e adesão às imunizações. Um profissional da saúde pode dar informações e orientações, esclarecer as dúvidas sobre quais vacinas tomar e quais devem ser evitadas. 

A Vacinação contra o COVID-19 em Gestantes

De acordo com a ANVISA e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) gestantes podem tomar as vacinas desde que com o vírus inativado.

De acordo com as orientações atuais, as vacinas mais indicadas são:

  • Sinovac/Coronavac (Butantan)
  • Laboratório Serum (COVISHIELD) – vacina indisponível no Brasil.

Sobre a Vacina de Oxford – AstraZeneca:

Segundo o site do Governo Britânico a vacina de Oxford para o COVID-19, ainda que a vacina não tenha sido testada em mulheres grávidas e lactantes, estudos não clínicos indicam que os riscos da vacina são baixos e que não há preocupações com os efeitos da imunização. É importante observar que o Comitê de Vacinação e Imunização do Reino Unido reconhece que os potenciais benefícios da vacina são muito importantes, superando os riscos da doença. O mesmo vale para mulheres que estão amamentando. 

Importante:

  • Mesmo que as vacinas citadas possam ser tomadas por gestantes, destaca-se que a segurança e eficácia da vacina não foram avaliadas mediantes testes, os cuidados para não se expor ao vírus devem ser mantidos
  • A vacinação em gestantes do grupo de risco deve ser realizada após avaliações e orientações médicas. 
  • A decisão compartilhada, entre o médico e a paciente, deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal.
  • Os sintomas adversos devem ser comunicados e monitorados.

Sobre os Riscos da Infecção da COVID-19 na Gestação

Alguns trabalhos sugerem que gestantes com COVID-19 sintomáticas têm (menor) risco de doenças mais graves quando comparadas à mulheres não grávidas. Nota-se que gestantes com comorbidades, tal como obesidade e diabetes, apresentam um risco mais elevado para a doença grave e suas complicações.  Em relação aos efeitos colaterais, são os mesmos, observados em mulheres grávidas como em não grávidas. 

No caso de mulheres que estão amamentando, não há dados suficientes nos estudos atuais para maiores conclusões, contudo, a experiência com outras vacinas de vírus inativado, o risco é muito baixo.

Quais são as Vacinas Recomendadas na Gestação e em que período devem ser tomadas? 

As vacinas indicadas durante a gestação são: 

  • Hepatite B – deve-se tomar a vacina em seu esquema completo (0-1-6 meses), podendo iniciar no 1º trimestre. Em casos de não haver comprovação da vacinação prévia, ou caso o esquema esteja incompleto, é indicado iniciar o esquema ou completar as doses.
  • Influenza – recomendada em qualquer fase gestacional e a cada gravidez (o tempo de proteção da vacina é de 6 a 12 meses), e deve ser tomada de preferência no período que antecede a temporada de circulação do vírus na região. A vacina também é recomendada para mulheres puérperas até 45 dias após o parto (não oferece riscos à amamentação). Destaca-se que a imunização durante a gestação protege o bebê em seus primeiros 6 meses de vida.
  • Tríplice Acelular tipo Adulto: dTpa (difteria, tétano e coqueluche) – deve-se tomar a vacina após a 20ª semana de gestação em casos de imunização prévia completa (3 doses) com vacinas que possuam o componente tetânico ou caso já tenham recebidos 2 doses de dT; Em casos vacinais incompletos ou desconhecidos, é preciso garantir 2 doses de dT e mais a de dTpa; mulheres que não receberam a vacina de dTpa durante a gravidez devem tomar a vacina após o parto imediato.

Quais são as Vacinas Usadas Eventualmente na Gestação?

As vacinas sem o vírus ativo (inativadas) são as mais utilizadas entre gestantes, pois não possuem riscos teóricos nem para a gestante nem para o feto. As vacinas mais comuns desse tipo são: pneumocócicas, meningocócica B e meningocócica conjugada ACWY, e Hepatite A.

Ressalta-se que tais vacinas são oferecidas somente por clínicas privadas.

Quais Vacinas NÃO são Indicadas na Gestação?

As vacinas compostas por vírus vivos atenuados, sendo as mais comuns e conhecidas:

  • As vacinas atenuadas (Tríplice Viral – SCR)
  • Dengue – a vacina é contraindicada tanto para gestantes quanto no puerpério.
  • Varicela

Essas vacinas podem representar um risco teórico a feto. Contudo, devem ser recomendadas no período pré-concepcional e no puerpério (independente da amamentação ou não). 

  • Febre Amarela – normalmente contraindicada em gestantes. No entanto, em situações em que o risco de infecção supera os riscos de efeitos colaterais e potenciais da vacina, pode ser tomada na gestação.

Quais Vacinas estão sendo Desenvolvidas Atualmente para Uso na Gestação?

Atualmente novas vacinas encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento. O objetivo principal é a prevenção de doenças infecciosas neonatais. As principais vacinas são contra o Estreptococo do grupo B (EGB), o vírus sincicial respiratório (VSR), o vírus do herpes simples (VHS) e citomegalovírus (CMV). 

Referências Bibliográficas:

BISCHOFF AL, FOLSGAARD NV, CARSON CG, STOKHOLM J, PEDERSEN L, HOLMBERG M, et al. Altered Response to A(H1N1) pnd9 vaccination in pregnant women: a single blinded randomized controlled trial. 2013

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm GESTANTE: Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2020/2021. 2020.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccination Considerations for People who are Pregnant or Breastfeeding. 2021. Acesso em 16/02/2021. 

Disponível em: <https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/recommendations/pregnancy.html

COLLIN J, BYSTRÖM E, CARNAHAN A, ARHNE M. Public Heath Agency of Sweden’s Brief Report: Pregnant and postpartum women with severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 infection in intensive care in Sweden. 2020.

DELAHOY MJ, WHITAKER M, O’HALLORAN A, et al. Characteristics and Maternal Birth Outcomes of Hospitalized Pregnant Women with Laboratory-Confirmed COVID-19. 2020.

ELLINGTON S, STRID P, TONG VT, WOODWORTH K, GALANG RR, ZAMBRANO LD, et al. Characteristics of women of reproductive age with laboratory-confirmed SARS-CoV-2 infection by pregnancy status – United States, 2020.

FEBRASGO. Recomendação Febrasgo na Vacinação de Gestantes e Lactantes contra COVID-19.2021. Acesso em 16/02/2021. 

Disponível em  < https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1207-recomendacao-febrasgo-na-vacinacao-gestantes-e-lactantes-contra-covid-19

FEBRASGO. Feminina. Vol 48, número 12. Vacinação nas gestantes e puérperas. A vantagem da vacinação durante a gestação e a lactação. 2020.

KFOURI RA, MARTINS CMR, LAJOS GJ, GIAMBERARDINO HIG, CUNHA J, PEREIRA LDC, et al. Imunização na Gestação, pré-concepção e puerpério: Documento Técnico. 2020.

LAJOS GJ, FIALHO SCAV, TEIXEIRA JC. Imunização na gravidez, puerpério e amamentação. Febrasgo. 2017.

LEAL MC; ESTEVES-PEREIRA P; VIELLAS EF et al. Assistência pré-natal na Rede Pública do Brasil. Rev. Saúde Pública, 54:8. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário Nacional de Vacinação 2020 [Internet].2020.

NEVES N; KFOURI R. Vacinação na Mulher. 2016.

PANAGIOTAKOPOULOS L, MYERS TR, GEE J, LIPKIND HS, KHARBANDA EO, RYAN DS, et al. SARS-CoV-2 infection among hospitalized pregnant women: reasons for admission and pregnancy characteristics. 2020.

PUBLIC HEALTH ENGLAND –  GOV. UK.  Guidance  COVID-19 vaccination: a guide for women of childbearing age, pregnant or breastfeeding. Acesso em: 17/02/2021. Disponível em: < https://www.gov.uk/government/publications/covid-19-vaccination-women-of-childbearing-age-currently-pregnant-planning-a-pregnancy-or-breastfeeding/covid-19-vaccination-a-guide-for-women-of-childbearing-age-pregnant-planning-a-pregnancy-or-breastfeeding

ROBINSON DP; KLEIN SL. Pregnancy and pregnancy-associated hormones alter immune responses and disease pathogenesisis. 2012.

ZAMBRANO LD, ELLINGTON S, STRID P, et al. Update: Characteristics of Symptomatic Women of Reproductive Age with Laboratory-Confirmed SARS-CoV-2 Infection by Pregnancy Status. 2020.

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